Instituto Commbne lamenta a morte de Wanda Chase, referência do jornalismo negro no Brasil
- COMMBNE

- 3 de abr.
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Atualizado: 10 de jun.

Salvador, BA, 03 de abril de 2025 — O Instituto Commbne lamenta, com imenso pesar, o falecimento da jornalista Wanda Chase, mulher negra cuja trajetória transformou profundamente a comunicação na Bahia e no Brasil. Sua partida representa uma perda irreparável para o jornalismo, para o movimento negro e para todas as vozes que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária.
Com origem familiar em Barbados, no Caribe, e nascida em Manaus, Wanda construiu sua história em Salvador, cidade que escolheu como lar há mais de três décadas. Ao longo desse tempo, tornou-se uma das principais referências na valorização da cultura afro-brasileira e no enfrentamento do racismo estrutural.
Fundadora do Movimento Negro Unificado (MNU), Wanda esteve na linha de frente das lutas por identidade, pertencimento e visibilidade da população negra nos meios de comunicação. Sua atuação inspirou e abriu caminhos para muitas profissionais, entre elas Midiã Noelle, diretora-geral da Commbne, e Camila França, coordenadora de projetos da instituição. Ambas tiveram o privilégio de compartilhar redações com Wanda e reconhecem nela uma mentora que ajudou a moldar não apenas suas carreiras, mas também seu compromisso com uma comunicação antirracista.
Conhecida como a “Yabá da comunicação”, Wanda era, para muitos, uma força ancestral em movimento. Sua coragem, sensibilidade e compromisso inegociável com a verdade fizeram dela uma jornalista singular, capaz de transformar cada pauta em um ato político e afetivo. Em uma de suas últimas entrevistas, concedida ao quadro Conexões Negras, apresentado por Midiã Noelle no Jornal Correio, relembrou sua chegada à Bahia e sua cobertura da visita histórica de Michael Jackson ao Pelourinho, momentos emblemáticos de sua carreira.
Mais do que uma profissional brilhante, Wanda foi uma mentora generosa, uma pioneira e uma defensora incansável da cultura negra. Seu legado ultrapassa as páginas dos jornais e os estúdios de televisão: ele vive nas vozes, nos passos e nas narrativas de todas e todos que ousam fazer do jornalismo uma ferramenta de transformação.
Neste momento de luto, o Instituto Commbne se solidariza com familiares, amigos, colegas de profissão e com toda a comunidade negra, reafirmando o compromisso de honrar sua memória através de uma comunicação viva, insurgente e comprometida com a justiça racial — exatamente como Wanda Chase ensinou.









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